quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mantendo o coração puro

Conselhos de Paulo a um jovem pastor

O objetivo desta instrução é o amor que procede de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera.1 Timoteo: 1;5

   Pelo menos uma vez por ano decido ler as cartas de Paulo a Timóteo colocando a minha vida como alvo dos conselhos paulinos. O que Paulo está dizendo a Timóteo é que continue trabalhando em prol da verdade. Não bastava somente estar lá, ou estar no ministério, deveria ter posicionamentos, combater de forma veemente todos os conteúdos que não traziam os valores do evangelho.
   A integridade ministerial é resultado de um coração puro, uma boa consciência e uma fé sincera. Na escritura, o coração é o centro e a fonte da totalidade da atividade mental e moral do homem; se ali faltar pureza, obviamente não pode irradiar o amor cristão. Coração é o centro executivo da vida. Nele as decisões são tomadas e as escolhas são feitas para o indivíduo em sua totalidade. Um coração cuidadosamente cultivado preverá, evitará ou transformará a maioria das situações dolorosas. Líderes que tem um coração bem cuidado são capazes de reagir de forma boa e justa diante das situações da vida.
   Um jovem pastor precisa ter uma consciência boa. O que seria isso? Deve ser livre de auto-repreensão e orientada pelo Espírito Santo. A graça deve nos invadir de tal forma que a nossa mente comece a discernir entre certo e errado.
   Consciência é ação combinada da mente com os sentimentos que diante de certos objetos percebe o certo e o errado. Paulo alerta sobre o perigo de rejeitar a boa consciência – “mantendo a fé e a boa consciência que alguns rejeitaram e, por isso, naufragaram na fé” (I Timóteo 1:19); as conseqüências de cauterizá-la – “tais ensinamentos vêm de homens hipócritas e mentirosos, que têm a consciência cauterizada” (I Timóteo 4:2).
   Consciência é o judiciário moral da alma. “Consciência é um eco da voz de Deus. Consciência é a filha da voz de Deus” (Wordsworth). Consciência é o grande farol que Deus colocou em nós. Paulo insiste no relacionamento entre crença sadia e consciência livre de impurezas. Pedro diz que uma consciência íntegra está fundamentada na ressurreição de Cristo – “e isso é representado pelo batismo que agora também salva vocês — não a remoção da sujeira do corpo, mas o compromisso de uma boa consciência diante de Deus — por meio da ressurreição de Jesus Cristo” (I Pedro 3:21).
   Diante desses conselhos o que podemos pensar? Primeiro, é que somos tentados por algumas realidades que nos levam a pensar – será que vale a pena mantermos o coração puro? Não seria mais fácil se “profissionalizássemos” o nosso ministério? Segundo, começamos a correr o risco de estar “perdendo a alma”, não no sentido escatológico, mas, “perdendo a alma” aqui e agora, começamos a perder sensibilidade, a paixão, o desejo de viver para a igreja, uma sensação terrível de frieza, ficamos mórbidos, perdermos as lágrimas, aliado a tudo isso, está o fato que algumas vezes a igreja não irá corresponder todo amor e dedicação do seu jovem líder.
   Diante disso, vale ouvir os conselhos de Paulo para que haja sanidade pessoal e ministerial para a longa jornada: Mantenha o coração puro, uma boa consciência, e uma fé sincera. O que fica evidente é que não pode haver amor, integridade e boa consciência sem temor a Deus.


Fonte: sepal.org.br /Sebastião Filho